ÀGORA - OnLine


ÀGORA - OnLine

...onde os filósofos Felipe, Rafael e Ygor refletem sobre o mundo...
 

quarta-feira, junho 30, 2004


[7:32 AM]

Você sabe...

Você sabe que seu país está vivendo em um marasmo político quando percebe que está mais interessado nas eleições de outro país.

Sério, muito mais divertido ver a disputa Bush x Kerry (com a excelente participação de Michael Moore) do que a palhaçada do salário mínimo no Senado, a disputa Cesar Maia x Marcelo Crivella x Conde, os governadores-diminutivos no RJ e as peladas e trapalhadas do Governo Lula.

A cena política brasileira tá precisando urgentemente de um pouco de gás. Atualmente tá dando sono ler a editoria de política dos jornais...


|  


Postado por Felipe Galvão

 

domingo, junho 27, 2004


[7:03 PM]

Alienado? Imagina!

Essa eu vi em uma chamada pro Multishow em Revista.

Aparece a repórter, extremamente dinâmica, dizendo: “Gente, hoje tem o final de Celebridade na Globo, e você tem que ver, sob pena de não ter assunto pro resto da semana!” (era mais ou menos isso...)

Deixa-me ver se entendi bem... Se eu não souber quem matou o famigerado Lineu estou excluído de qualquer conversa durante a próxima semana? Será que o povo brasileiro é assim? Eu não consigo acreditar que se eu não assistir ao final daquela novela não terei com quem conversar!

Acho que só vou poder entrar em alguma roda de discussão na quinta, depois de ver o jogo do Flamengo.
Inclusive, gente, tem que ver o jogo, heim! Sob pena de não ter assunto na quinta e sexta!

|  


Postado por Ygor

 

quinta-feira, junho 24, 2004


[3:28 PM]

Faz sentido...

"Se as pessoas estão fumando ao invés de chutar umas às outras e não estão
criando problemas, por que diabos um policial deveria abordá-las e
perguntar 'isso é maconha?'."

- A porta-voz da Polícia portuguesa, Isabel Canelas, confirma que o uso de
maconha será ignorado durante o atual campeonato.


Li essa notícia no HyperPOP!. O newsletter sobre cultura pop mais interessante que eu conheço.

|  


Postado por Felipe Galvão

 

quarta-feira, junho 23, 2004


[2:43 PM]

Artigo do Élio

Excelente o artigo de hoje do Elio Gaspari.
Até o título é bom: "Com Brizola, acaba-se o século XX"

|  


Postado por Felipe Galvão

 



[1:10 AM]

A Novidade

Eu adoro o modo como tudo se repete. Adoro como tudo é cíclico. Como as pessoas teimam em parecer com seus pais, os avós etc.

Eu acho lindo ver as pessoas criticando os games. Dizendo que são violentos, que fazem mal ao jovem, até que são coisas do demônio. E acho ainda mais lindo saber que já disseram o mesmo da tevê, das hqs, do cinema e da literatura.

É uma beleza ver as pessoas dizendo o quanto a internet é desagregadora, isola as pessoas do convívio social, faz mal a mente entre outras cositas. Ainda mais quando a gente sabe que já falaram o mesmo do telefone, do cinema e até da escrita (afinal, antes as pessoas se reuniam pra conversar, tendo a escrita, pra que se reunir?), não é?

Sinto tanto orgulho quando falam que o Rap e a música eletrônica são malvados. Porque são más influências para os jovens, os transformam em drogados, os levam para criminalidade, destroem famílias, os fazem se embebedar e praticar sexo promíscuo. Exatamente as mesmas palavras que já usaram contra o rock, o jazz, o samba e qualquer outro ritmo popular que você imaginar.

É belo ver como as pessoas temem o vindouro. Como elas procuram se proteger contra tudo que é diferente. Tudo q eu foge ao que elas já conhecem.

E é ainda mais belo ver que não adianta nada toda essa resistência. O futuro sempre chega. As pessoas passam, morrem, mas o novo sempre vem. Por mais que lutem contra, ele sempre vem.

Então você tem duas opções: pode perder o trem da história e se tornar um ser anacrônico que começa toda frase com “no meu tempo” ou embarcar de cabeça no vindouro. Mas não passivamente, ativamente! Tentando construir um futuro melhor, mas sem temê-lo.

Agora...

Resistir é inútil.

|  


Postado por Felipe Galvão

 

sábado, junho 19, 2004


[11:49 PM]

Eu odeio Chico Buarque

Hoje o Chico Buarque completa 60 anos e eu o odeio.

Eu odeio Chico Buarque porque ele é tudo que eu não sou e nunca poderei ser. E ainda faz questão de jogar isso na minha cara todo dia.

Odeio porque ele diz tudo que eu queria dizer, mas nunca conseguiria dizer da forma que ele diz. Aliás, ele diz tudo o que todo mundo queria dizer. Diz até o que a gente nem sabia que no fundo queria dizer.

Odeio porque ele entende as mulheres como ninguém. E elas o adoram como ninguém.

Odeio porque sendo filho de um gênio, ele poderia muito bem se tornar um conformado, um medíocre e passar o resto da vida vivendo sob a sombra do pai. Mas, não, ele acabou se tornando outro gênio. Independente do pai.

Odeio porque ele parece saber a letra secreta de toda música. Odeio porque ele sabe como ninguém usar as palavras. Ele sabe o peso, o som e o valor de todas. De todas.

Odeio porque ele é o maior compositor do Brasil. E não sossega em ser apenas isso. Faz peça, filme, escreve livros, joga futebol.

Odeio o Chico Buarque porque ele é tão genial que eu não consigo pensar em uma homenagem a sua altura.

|  


Postado por Felipe Galvão

 

quinta-feira, junho 17, 2004


[2:03 AM]

A ingenuidade perdida em algum lugar...

Pra começar, gostaria de parabenizar meus companheiros Felipe Galvão e Rafael Massadar que na minha ausência cuidaram direitinho do nosso querido Àgora Online. Tenho certeza que ninguém chegou a sentir a minha falta! Queria também esclarecer o porquê da minha ausência. Meu computador ficou doente... Pegou um vírus e eu fiquei de cama com ele durante um mês e meio! Só isso mesmo pra me fazer notar o quanto somos dependentes dessa máquina! Sem mais delongas, estou eu aqui de novo. Espero voltar a contribuir de alguma forma!

Não sei se vocês já notaram que a vida perdeu um pouco da graça ultimamente. Já perceberam que não existe mais ninguém bobo? Parece conversa de louco, mas não é. Quantas vezes nos vemos em meio a uma conversa onde o tópico principal é alguém falando sobre como teve vantagem em algo? Trabalho, estudo, amizades, namoros, tudo passa pela remodelada Lei de Gérson, que volta com a corda toda e passa a reger nossas vidas. Pra quem gosta de futebol é fácil perceber. Todos os jogadores em campo se preocupam mais em enganar o juiz e obter alguma vantagem com isso a jogar futebol de verdade. Não existe mais a gentileza. As pessoas acham que para se chegar a algum lugar, necessariamente terão que passar por cima de alguém. O cara “esperto”, atualmente, é o que trai a namorada, engana o chefe e confunde a professora. Ninguém quer mais começar de baixo, ter honra, saber vencer na vida sem ter que necessariamente pegar um atalho. Não é conversa religiosa não, é um âmbito muito maior, é uma questão da nossa sociedade como um todo. Enquanto não pudermos confiar, pelo menos um pouco, naqueles que convivem conosco, o mundo fica um lugar estranho de se viver.


|  


Postado por Ygor

 

sábado, junho 12, 2004


[1:36 AM]

Histórias para o dia dos namorados

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.

Como isso não é um poema do Drummond, todos terminaram (miraculosamente) felizes para sempre.

E nenhum J. Pinto Fernandes precisou entrar na história.

*****

Na primeira vez que ele viu a menina ruiva seu coração palpitou e suas pernas bambearam. Ela estava entrando no colégio perto de sua casa. Ele ficou apenas olhando, paralisado. Ela nem reparou.

Na segunda vez que ele viu a menina ruiva sua boca secou e suas mãos suavam frio. Ela estava sentada ao seu lado no ônibus. Ele tinha tanto para dizer, mas ela desceu no ponto seguinte.

Na terceira vez que ele viu a menina ruiva sua mão estava firme e seus olhos fixos. Ela saía da escola. Ele ia dizer tudo, falar do seu amor, dos planos para o futuro, mas a chuva começou a cair e todos – inclusive ela – saíram correndo.

Na quarta vez que ele viu a menina ruiva seus olhos se encheram d’água e seu coração se despedaçou. Ela beijava outro rapaz. Ele ficou apenas olhando, paralisado. Ela nem reparou.

Ele ainda viu a menina ruiva dezenas de vezes, mas não era mais aquela menina ruiva. As coisas mudaram.

*****

Aos 17 anos Pedro conheceu Joana, a mulher que ele iria amar para sempre. Durou 3 meses. Aos 19 foi Mira, dessa vez sim, duraria para sempre. Acabou em 6 meses. Aos 21 surgiu Fabiana em sua vida, amor para toda a eternidade. O fim chegou em menos de 2 meses. Aos 22 ele decidiu que iria amar só por hoje, não querendo mais saber de amores eternos.

Hoje, Pedro tem 63 anos. Há 41 anos ama “só por hoje” Juliana.

*****

- Desculpa, mas eu não gosto de você. Não desse jeito.

E ela chorou. Chorou muito. Chorou por 4 horas, 27 minutos e 33 segundos. Ininterruptamente. Por fim, ela decidiu que mais ninguém a faria sofrer assim. E nunca mais chorou.

Nem no seu casamento. Nem na morte de sua mãe. Nem no nascimento do primeiro filho.

*****

Então, com os olhos mareados e tendo o mais belo pôr-do-sol do ano como pano de fundo, ele disse:
- Te amo mais do que bis sabor laranja.

|  


Postado por Felipe Galvão

 

quinta-feira, junho 10, 2004


[11:30 PM]

O que me falta para ser feliz





E aí, quem quer me dar a felicidade?

|  


Postado por Felipe Galvão

 

quarta-feira, junho 09, 2004


[9:33 PM]

Sobre Ronald Reagan

Texto de Greg Palast, autor de A Melhor Democracia que o Dinheiro Pode Comprar

"Você não vai gostar disso. Não se deve falar mal dos mortos.
Mas nesse caso, alguém precisa fazer isso.

Ronald Reagan era um vigarista. Reagan era um covarde. Reagan
era um assassino.

Em 1987, eu estava em um desgraçado vilarejo da Nicarágua,
chamado Chaguitillo. As pessoas eram bastante gentis, apesar
de famintas, com exceção de um único jovem. Sua esposa tinha
acabado de morrer de tuberculose.

Não se morre de tuberculose quando se tem antibióticos. Mas
Ronald Reagan, com o grande coração que tinha, havia imposto
um embargo de remédios à Nicarágua, porque ele não gostou do
governo que as pessoas de lá tinham eleito.

Leia o final do texto aqui.

|  


Postado por Felipe Galvão

 

domingo, junho 06, 2004


[6:36 PM]

Fini.

Tudo acaba.

Tudo um dia chega ao fim.

Você pode chamar o fim do que quiser: término, morte, destruição, vazio, entropia.

O fato é que acontece.
Tudo desaparece. Tudo se torna apenas poeira.

E em um momento até essa poeira deixará de existir.

Esse fim pode ser repentino, como aquela sua loja de sucos favorita que fecha da noite pro dia.

Ou pode ser lento, longo e doloroso, como o amor que vai morrendo aos poucos até não restar nem a memória dele.

Na maioria das vezes o importante é saber quando algo chegou ao fim. Quando é o momento de deixar que se vá. Quando deixar que ele se liberte e suma.

Quando dizer adeus e seguir adiante.

----
Droga...

'Eu não devia te dizer, mas essa lua, mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo'!

|  


Postado por Felipe Galvão

 

quarta-feira, junho 02, 2004


[7:20 PM]

me.lan.co.li.a

do Lat. melancholia < Gr. melagkholía < melágkholos < mélas, negro + ckolé, bílis, fel

s. f.,
sentimento de incapacidade, desgosto em relação à própria vida; abatimento; doença mental, caracterizada por uma tristeza profunda; hipocondria.

Se eu fosse inglês e de uma banda de rock dos anos 80, essa provavelmente seria minha palavra favorita.

Prefiro essa:
an.gús.tia
s. f. 1. Espaço reduzido; estreiteza. 2. Carência, falta. 3. Estado de grande inquietude que parece apertar o coração. 4. Med. Estenose. 5. Aflição, sofrimento.

Hm... Post pessoal demais... Já sei. Vamos fazer uma análise musical:

Melancolia nunca fez parte do repertório musical brasileiro. Ao menos não tipicamente. Nunca músicas como Unlovable ou God Knows I'm Miserable Now seriam compostas por artistas brasileiros.

Nós choramos pelo amor perdido, pelo amor impossível, pela saudade, pela opressão, pelo cálice, mas nunca choramos apenas por estarmos vivos.

Sei lá, acho que é o clima.
É impossível ser melancólico num país tropical.

(Se não for pela praia, pelo sol, pela beleza natural, ao menos porque preto esquenta muito.)

|  


Postado por Felipe Galvão

 

 


Àgora.net
Àgora - Online
Mímesis
Os Micheteiros

 

Notícias Anteriores



-- HOME --
 


Membros

Felipe Galvão
Rafael Massadar
Ygor Helbourn
 
Links

Karla Spader Keep Walking
Instante Anterior
Pensar Enlouquece
Jair Beirola
 

Powered By


 

online